"Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo."
Bernardo Soares
Livro do Desassossego

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Catarina de Bragança, de Isabel Stilweel


Este é o segundo livro da autora, ou pelo menos o segundo na “série” de rainhas/princesas de Portugal. Surgiu como dicotomia ao seu primeiro livro, Filipa de Lencastre, que retratava a única inglesa que veio a ser rainha de Portugal. Este livro aborda a única portuguesa que veio a ser rainha de Inglaterra.

Comparado com o primeiro, é estranhamente menos brilhante. Poderíamos dizer que se trata do facto de Catarina de Brangança ter tido uma vida mais infeliz que Filipa Lencastre. Contudo, não terá tido uma vida mais infeliz que D. Amélia de Orleães, a terceira rainha “romanceada” pela autora, sendo que com esta última, IS quase que nos converte à monarquia. Personagens muito idênticas povoam as suas páginas, talvez isso contribuindo para que se adense alguma confusão neste nosso juízo.

Não nos deixa de trazer o dia-a-dia de Catarina de Brangança, desde as suas mais remotas memórias até quase à sua morte. A autora vai explorando a vida da princesa enquanto Infanta de Portugal e mais tarde como Rainha de Inglaterra. Contudo, os períodos finais da sua vida (enquanto rainha viúva em Inglaterra e depois em Portugal), aparecem explorados apenas em duas cartas que a própria escreve a alguém. Seriam períodos com interesse em explorar, inclusivamente o caminho até à hora da sua morte.

Já por várias vezes ouvíramos que este é o livro menos bom da autora, algo que nos vemos obrigados a concordar.


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