Lançado em novembro passado, este livro cruza mitos, coincidências e
factos. A sua ação gira em torno de um plano macabro para por fim ao papado,
com base nas profecias de S. Malaquias. Revela um forte componente de
investigação do funcionamento e da história do papado, assim como das teorias
mais ou menos conspirativas em torno das aparições de Fátima. A obra, apesar de
passada entre maio e outubro de 2013, mergulha algumas vezes numa analepse ao
tempo da primeira Guerra Mundial, para melhor poder sustentar a ação principal.
O autor, por diversos momentos, faz despertar a curiosidade sobre
determinado facto, mantendo o suspense,
elevando as expectativas, conseguindo nunca as defraudar. Tem um leque médio de
personagens na ação principal (cerca de 15), sendo a maioria delas, sobretudo
as que atravessam a obra de uma ponta à outra, bem construídas, nomeadamente o
protagonista, o jornalista Joaquim Barata, assim como o advogado Fagundes. A
teia de intrigas está bem construída, revelando imaginação e a investigação a
que se aludiu anteriormente, conseguindo ligar as profecias de S. Malaquias e o
Terceiro Segredo de Fátima.
Contudo, apesar de uma boa ação, o final fica bastante aquém do que
seria de esperar. Digamos que não cumpre a função de nos deixar embasbacados. É
como uma torneira repentinamente fechada, e que não nos matou totalmente a
sede.
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