"Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo."
Bernardo Soares
Livro do Desassossego

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Jogos da Fome, de Suzanne Collins


Os “Jogos da Fome” é o primeiro volume de uma trilogia do mesmo nome. Foi lançado em 2008 nos Estados Unidos e em 2009 em Portugal. Passa-se num futuro pós-apocalíptico, na América, em que os interesses de uns prevalecem sobre os demais, remetendo as pessoas dos “distritos” a uma condição muitas vezes miserável, de modo a que as rebeliões sejam severamente reprimidas. O contrabando é comum, apesar de proibido. As pessoas estão preocupadas em tentar arranjar alguma coisa para comer, para além do medo que sentem em fazer uma rebelião.

Esta aconteceu no passado desta narrativa, quando os treze distritos revoltado contra a “cidade central”, Capitol. O Distrito 13 foi dizimado, e os restantes foram controlados. Para relembrar todos os anos o poder de Capitol, todos os distritos têm de enviar dois adolescentes (os tributos) para participar num evento denominado “Jogos da Fome”. Neste são colocados os 24 jovens numa arena (um grande espaço, que no caso dos jogos descritos são florestas enormes), onde têm de lutar até à morte, para que exista um único vencedor, que será rico e viverá para sempre como um herói. Há uma grande semelhança com os espétaculos de gladiadores da Roma Antiga, e até existem apostas sobre os tributos, assim como são dados patrocínios aos tributos ao longo do desenrolar do jogo.


Este livro é narrado na primeira pessoa pela protagonista, a jovem tributo do Distrito 12, um dos mais pobres. E ela e o seu colega “tributo” irão desafiar o poder instituído pelos grandes de Capitol, apesar da feroz luta pela sobrevivência e de não serem os mais preparados para enfrentar este desafio. Ou será esta tortura?

O livro está escrito numa linguagem acessível e clara. Tem um bom argumento, e a história está bem contada. As reviravoltas, quando existem, são fundamentadas, e não deixam a narrativa “manca”, nem aquém daquilo que será expectável.


Foi criado um filme, baseado na ação do livro. E contrariamente ao que é prática na adaptação de livros para filmes, este é bastante fidedigno. Com exceção das cenas finais, em que os tributos falam da vitória, que foram amputadas, pode quase dizer-se que as cenas correspondem largamente aquilo que realmente se passa no livro.


Agora resta ler o resto da trilogia, para ver a sua qualidade no todo, e não apenas por este livro. 

(imagens do filme)

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