Existem muitos tipos
de património. O etnográfico, devido às suas características próprias
(nomeadamente o facto de estar intimamente ligado a aspetos de difícil
conservação e fácil adulteração), quando se cruza com a dimensão imaterial,
corre um risco muito maior de desaparecer.
Este livro é um
importante contributo para a fixação do património imaterial e etnográfico da
zona da Ribeira de Muge. As músicas, quadras e rimas que aqui encontramos são
popularmente designadas como “versos”. As mulheres nos canteiros de arroz ou os
homens nas tavernas (já bem tocados), eram dois dos melhores cenários para a
criação desta poesia popular.
É praticamente impossível
recuperar e registar todo o património que aqui se criou. Contudo, este livro
dá um notável contributo para que aquele que aqui está registado já não se
perca.
Apanha da azeitona
Vimos
do campo
De
trabalhar
Alegremente
Rir
e mangar
As
nossas varas
São
as primeiras
Nas
oliveiras
A
varejar
A
varejar
Também
tem apanhadeiras
Nas
oliveiras
Para
apanhar
Rancho
da nossa Raposa
Como
tu não há igual
Azeitona
já verdeja
Bendita
vareja
Viva
Portugal
Azeitona
já verdeja
Bendita
vareja
Viva
Portugal.
(p.
62).
Samuel, faz-se o que se pode. Sempre elevando a nossa cultura, subindo ao povo, sem falcatruas e folclorices.
ResponderEliminar