Publicado
em 2012, este é um romance histórico que não gira em torno de uma personalidade
ilustre, mas sim sobre um conjunto de colonos portugueses que emigraram de
Pernambuco (Brasil) para Moçâmedes (Angola). A ação desenvolve-se em meados do
séc. XIX, e apesar de não podermos considerar Benedita como protagonista, esta
assume sem dúvida uma certa centralidade na obra.
Benedita
Sepúlveda é uma personagem complexa, que vai de pouco mais que uma criança
abandona à sua sorte, casada com um homem que a maltratava e violentava,
evoluindo para uma quase mulher-fatal por quem os homens se apaixonam seduzindo
e mantendo o interesse deles sem nunca realmente se comprometer com estes.
Assume também por vezes uma personalidade calculista, que chega a ser um dos
pilares para ser uma mulher de sucesso em África.
A
obra é difícil entrada. As primeiras páginas são bastante difíceis de digerir.
Da mesma forma, o final deixa bastante a desejar. Com efeito, a história fica
no ar, possivelmente por ficar com a eventual hipótese de fazer uma continuação
deste livro.
Há
a destacar as notas de ironia existentes entre os brancos que se tentam fazer
com que os seus costumes ocidentais vingarem numa África com uma cultura tão
diferente, gerando momentos como este:
“Dois criados pretos, espartilhados em
cerimoniosas farpelas e luvas de uma alvura imaculada, circulavam em volta da
mesa, apressados nos seus gestos lentos e um pouco perdidos nos rituais e
etiquetas dos brancos.” (p. 85)
já te adicionei no g2reader, embora não apareça ali no lado. :)
ResponderEliminarFabuloso livro !
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